Não se trata aqui do que eu acho. Uma seguidora me questionou e eu fui pesquisar. Sim, a verdade é que as mulheres negras sofrem muito mais violência obstétrica. Não estou excluindo e nem minimizando a dor das outras, mas há diversos dados que comprovam essa situação e infelizmente o racismo estrutural institucional pode ser a maior causa. (Basta dar uma “googada”).
Imagine você que há uma crença de que a mulher negra é mais resistente a dor podendo suportar mais horas em trabalho de parto, sem medicação e sem um amparo adequado.
Esses dados ficaram evidentes no estudo “A cor da dor”, realizado pela Fiocruz, que analisou entrevistas e avaliação de prontuários de 23.894 mulheres brasileiras.
- Violência Obstétrica caracteriza-se por abusos sofridos por mulheres quando procuram serviços de saúde na hora do parto. Os maus tratos podem ocorrer como violência física ou psicológica, gerando vários traumas às mulheres.
- Para produção de provas há possibilidade de perícia, testemunhas, documentos e, nesse caso a palavra da mulher tem muito peso, ficando os hospitais públicos ou privados sujeitos ao pagamento de danos morais.
Tipos de violência obstétrica:
Negação: Negar o tratamento durante o parto, humilhações verbais, desconsideração das necessidades e dores da mulher, práticas invasivas, violência física, uso desnecessário de medicamentos, intervenções médicas forçadas e coagidas, detenção em instalações por falta de pagamento, desumanização ou tratamento rude.
Discriminação: violência manifestada por discriminação baseada em raça, origem étnica ou econômica, idade, status de HIV, não-conformidade de gênero entre outros.
Negligência: Impossibilidade de prover mãe e bebê com o atendimento necessário para garantir a sua saúde de ambos.
Denúncia:
Pode ser feita nas secretarias Municipal, Estadual ou Distrital, CRM (Conselho Regional de Medicina) quando se tratar de profissional médico ou COREN (Conselho Regional de Enfermagem) quando a abordagem violenta venha de enfermeiro ou técnico de enfermagem.
Denúncias também podem ser feitas pelo número 180 ou pelo Disque Saúde 136.
Esse texto é informativo e não deve substituir a consulta com um profissional.